A religião é um sentimento que
liga o crente ao Criador. A ciência aperfeiçoa a técnica e nos traz conforto
material, a filosofia cria condições para o pensar correto, mas somente a
religião é capaz de educar os nossos sentimentos. Um sentimento enobrecido é a
pedra de toque para o equilíbrio psíquico, físico e espiritual do ser humano.
Por isso, a religião, nos dias que correm, deve retomar ao seu verdadeiro
sentido, ou seja, a simplicidade e humildade ensinada pelos primeiros cristãos.
Jesus é o centro da religião. Por quê? Porque é
Nele que se originam todos os apelos a Deus. Além do mais, Jesus é o governador
deste Planeta. Teve participação, inclusive, na sua formação quando se
desprendia da nebulosa solar. Sendo assim, o seu poder de influência é sem
limites. Ele foi o guia inspirador de todos os missionários que o antecederam:
Confúcio, Hermes, Lao-Tsé, Buda. Foi Ele quem aclimatou em todas essas
religiões o "amai-vos uns aos outros como irmãos". Na opinião de
muitos religiosos, Jesus é o Alfa e o Ômega: já existia antes de reencarnar e
continuará a existir para sempre.
Numa visão histórica das religiões, temos: 1) o
sistema egípcio elegeu a imortalidade da alma como uma das concepções mais
avançadas da Grandeza Divina; 2) na Índia, o desenvolvimento do culto da
sabedoria, ensinando-nos que a bondade é o freio de todos os vícios; 3) na
Pérsia, o zoroastrismo estimula o nosso dever para com o Bem; 4) entre os
judeus, o sopro do Deus único, ajuda a estabelecer o reino da justiça na Terra;
5) na China, o culto da simplicidade, destaca o equilíbrio e a solidariedade;
6) na Grécia, o culto da Beleza, incitando-nos à prática do Amor Universal.
Os Espíritos superiores, em todas as épocas da
humanidade, espargiram a luz da verdade. A percepção equivocada do ser humano
desviou-o do rumo certo. Os desvios são frutos da ignorância, do interesse e da
má-fé. No Egito, a crença na imortalidade da alma ficou enclausurada nos
templos do sacerdócio; na Pérsia, as pessoas felicitadas pela sabedoria se
dedicam a guerras de conquista e destruição; em Israel, o orgulho racial é um
entrave à solidariedade entre os povos.
A mensagem do Cristo, porém, foi clara e objetiva.
Toda a sua vida foi um hino ao exemplo, a começar pelo seu nascimento numa
manjedoura, símbolo de humildade e simplicidade. Em sua pregação evangélica, o
contato direto com o povo sofrido lhe deu crédito de confiança. As parábolas e
as advertências estão impregnadas de verdades imorredouras. Os seus
ensinamentos são uma espécie de modelo para toda a Humanidade. Lembremo-nos do
"ao que te bater numa face, oferece também a outra", "a quem te
pedir a capa cede igualmente a túnica", "se alguém te solicita a
jornada de mil passos, segue com ele dois mil".
Jesus, na sua passagem pela Terra, alertou-nos
sobre o Consolador Prometido. Na época, não pode dizer tudo e, por isso,
prometeu o consolador, que viria a seu tempo, quando a Humanidade tivesse
condições de entender melhor o seu ensinamento. O Consolador, o Espírito da
verdade, que é o Espiritismo, veio na época certa, quando a ciência e a
filosofia já tinham avançado em seus estudos. O Espiritismo, que é o
cristianismo redivivo, veio para relembrar o que o Cristo disse, sanar os
desvirtuamentos cometidos pelas diversas religiões e trazer-nos novos
conhecimentos.
O Espiritismo nada mais é do que a continuidade dos
ensinamentos cristãos. Assim sendo, Cristo esteve e ainda está no centro da
comunhão com o Pai. É Ele quem, mesmo secundado pelos Espíritos de luz, nos
inspira para prática da caridade e do amor ao próximo.
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