O louco é a pessoa que perdeu a razão. A alucinação é
um erro de percepção da pessoa que crê "ver algo que não está ali".
Às vezes ouve vozes sem ter ninguém por perto. A alienação –
desarranjo das faculdades mentais –, usada como sinônimo de loucura (alienação
mental), tem um significado mais amplo, pois produz lesões. Na mesma linha
de pensamento há também o idiota, que é o sujeito que não
ultrapassará dois ou três anos de idade mental.
Por uma condição moral, a sociedade sempre procura excluir uma parte de
si mesma. Até o final da Idade Média, o leproso era a figura excluída. Com a
diminuição dos leprosários, a loucura, tida como possessão demoníaca, passou a
ser a bola da vez. Na época do iluminismo, o Cogito de Descartes elimina a
loucura no processo de pensar. Daí, o campo de exclusão passa a ser o Hospital
Geral. Os médicos desses hospitais, sem experiência, usavam métodos bárbaros e
primitivos. Somente em 1792, o alienista Pinel iniciou um trabalho racional,
libertando os loucos do regime inumano a que estavam sujeitos.
Predisposição física, cérebro fraco e ideia fixa são as causas
orgânicas da loucura. Há muitas pessoas que reencarnam com um estoque limitado
de fluido vital. O cérebro, não podendo processar muitas informações,
desestrutura-se ao contato com um excesso de informações. Nesse sentido, a
loucura pode ocorrer em todas as áreas do saber humano: Ciência, Artes,
Religião, inclusive no meio espírita. A ideia fixa é apontada como causa
orgânica, porque o cérebro não tendo capacidade de se diversificar, acaba por
aderir a uma única ideia, conhecida como monoideísmo.
Decepções, desgraças e afeições contrariadas são
as causas morais e espirituais da loucura e também do suicídio. Habitando um
mundo de provas e expiações, todos nós estamos sujeitos aos revezes da sorte
adversa: um lar desfeito, uma relação amorosa rompida, a perda de emprego e a
queda da cotação na bolsa. A vida moderna aumenta o estresse, diminui o nosso
poder de controlar as emoções e aumenta as nossas tensões com relação ao futuro
incerto. Persistindo esses males, podemos ser levados à loucura ou ao suicídio.
Em face desta anomalia mental, questionamos a
presença do Espiritismo em nossas vidas. Muitos acusam-no de ser o causador da
loucura. Mas, compulsando criteriosamente os seus princípios fundamentais,
veremos que ele é a solução e não a causa. Allan Kardec ensina-nos que o
verdadeiro espírita olha as coisas deste mundo de um ponto de vista tão
elevado, que tudo o que se lhe acontece é tão pequeno e mesquinho. O futuro
grandioso que o aguarda abre-lhe novos horizontes. Ele vive de modo
transcendental num mundo marcado pela imanência material.
Tenhamos piedade daqueles que perderam o juízo.
Quem, em sã consciência, pode se julgar livre de tal ocorrência? Peçamos sempre
aos bons Espíritos que nos auxiliem em nossa vida terrena, para que possamos
cumprir fielmente os nossos deveres.
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