Há um ditado popular que diz: "Quem vive, reclama".
A reclamação de nossa situação presente torna-se quase
natural. Mas, é correto estar sempre se queixando? Não seria mais racional
aceitarmos os problemas, tais quais eles são? Como modificarmos as nossas
atitudes mentais menos felizes? Eis o propósito das linhas que se seguem.
As alterações climáticas influenciam sobremaneira os nossos
sentidos. Basta amanhecer chovendo, para nos colocarmos em defensiva contra a
natureza. Pensamos: "justo agora que eu tenho de sair para o trabalho; não
poderia chover mais tarde?" Se o calor for excessivo, tornamo-nos ingratos
para com o Criador. Quando o frio aumenta de intensidade, a queixa contra a
Divina Providência não é menos relevante. Pergunta-se: podemos modificar a
natureza? Será que a nossa reclamação vai mudar o status quo, ou seja, fazer o frio ficar menos frio, a
chuva parar e o Sol diminuir a sua irradiação calorífica?
O desgosto pela vida aparece em diversas ocasiões. Se
temos uma ocupação, reclamamos dela; se não a temos, rezamos para tê-la. Se
estamos solteiros, pedimos ao Criador uma companheira ou um companheiro; se
estamos casados, queremos voltar à condição de solteiros. Assim, as
contradições em nosso dia-a-dia chegam ao infinito. Observe por quantos estados
emocionais passam, num único dia, os nossos pensamentos: ora de alegria, ora de
tristeza, ora de apreensão. É preciso administrá-los a contento, a fim de
mantermos a serenidade do nosso espírito.
Temos consciência do tempo perdido em nossas reclamações? Como evitá-lo?
Tudo depende do fluxo energético de nosso pensamento. Exemplo: surge-nos
uma ideia menos feliz; se lhe dermos azo, ela procurará outras de
igual teor, de modo que em pouco tempo e, sem o percebermos, estaremos
atolados diante dessa avalanche de negatividade. Se, ao contrário, colocarmos uma
contra-senha, ou seja, eliminarmos a sua eclosão tão logo bata no limiar da
porta, estaremos criando condições para fortalecer os pensamentos altruístas.
A renovação da atitude mental é extremamente valiosa.
Nesse sentido, podemos estar com uma dor física insuportável, sem a sofrer,
pois não a deixamos penetrar em nosso psiquismo. Do mesmo modo, podemos estar
sem dinheiro, mas permanecermos ricos interiormente; estar sem emprego, mas
empregar bem as horas do dia. O nosso equilíbrio psicofísico-espiritual depende
destas mudanças de atitudes e comportamentos. É preciso, pois, não nos
intimidarmos ante as sugestões malsãs de cada dia. O fiel servidor do Cristo
saberá contornar cada uma das situações e permanecer tranquilo, como um relógio
durante a tempestade.
O que seria do herói sem
os obstáculos a serem suplantados? O que seria da verdade sem os erros para
serem corrigidos? O que seria da justiça sem os crimes para serem punidos? Em
vista de tudo isso, cabe-nos manter a serenidade de espírito, independentemente
das circunstâncias que se nos apresentarem.
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