02 julho 2008

Nada Reclamar

Há um ditado popular que diz: "Quem vive, reclama". A reclamação de nossa situação presente torna-se quase natural. Mas, é correto estar sempre se queixando? Não seria mais racional aceitarmos os problemas, tais quais eles são? Como modificarmos as nossas atitudes mentais menos felizes? Eis o propósito das linhas que se seguem.

As alterações climáticas influenciam sobremaneira os nossos sentidos. Basta amanhecer chovendo, para nos colocarmos em defensiva contra a natureza. Pensamos: "justo agora que eu tenho de sair para o trabalho; não poderia chover mais tarde?" Se o calor for excessivo, tornamo-nos ingratos para com o Criador. Quando o frio aumenta de intensidade, a queixa contra a Divina Providência não é menos relevante. Pergunta-se: podemos modificar a natureza? Será que a nossa reclamação vai mudar o status quo, ou seja, fazer o frio ficar menos frio, a chuva parar e o Sol diminuir a sua irradiação calorífica?

desgosto pela vida aparece em diversas ocasiões. Se temos uma ocupação, reclamamos dela; se não a temos, rezamos para tê-la. Se estamos solteiros, pedimos ao Criador uma companheira ou um companheiro; se estamos casados, queremos voltar à condição de solteiros. Assim, as contradições em nosso dia-a-dia chegam ao infinito. Observe por quantos estados emocionais passam, num único dia, os nossos pensamentos: ora de alegria, ora de tristeza, ora de apreensão. É preciso administrá-los a contento, a fim de mantermos a serenidade do nosso espírito.

Temos consciência do tempo perdido em nossas reclamações? Como evitá-lo? Tudo depende do fluxo energético de nosso pensamento. Exemplo: surge-nos uma ideia menos feliz; se lhe dermos azo, ela procurará outras de igual teor, de modo que em pouco tempo e, sem o percebermos, estaremos atolados diante dessa avalanche de negatividade. Se, ao contrário, colocarmos uma contra-senha, ou seja, eliminarmos a sua eclosão tão logo bata no limiar da porta, estaremos criando condições para fortalecer os pensamentos altruístas.

renovação da atitude mental é extremamente valiosa. Nesse sentido, podemos estar com uma dor física insuportável, sem a sofrer, pois não a deixamos penetrar em nosso psiquismo. Do mesmo modo, podemos estar sem dinheiro, mas permanecermos ricos interiormente; estar sem emprego, mas empregar bem as horas do dia. O nosso equilíbrio psicofísico-espiritual depende destas mudanças de atitudes e comportamentos. É preciso, pois, não nos intimidarmos ante as sugestões malsãs de cada dia. O fiel servidor do Cristo saberá contornar cada uma das situações e permanecer tranquilo, como um relógio durante a tempestade.

O que seria do herói sem os obstáculos a serem suplantados? O que seria da verdade sem os erros para serem corrigidos? O que seria da justiça sem os crimes para serem punidos? Em vista de tudo isso, cabe-nos manter a serenidade de espírito, independentemente das circunstâncias que se nos apresentarem.


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