Amor é um vocábulo
polissêmico, ou seja, suscetível de diversas definições. Por isso, diz-se que o
amor não é definível, visto encerrar uma vastíssima escala de genitivos e de
nominativos. Concede-se, porém, algumas aproximações, na maioria das vezes
distantes do conteúdo amplo que o termo encerra.
A concepção do amor
está centrada nas raízes greco-romanas. Na sua forma helênica —
sobretudo platônica e neoplatônica — o amor assenta-se em dois pressupostos:
1.º) que o mundo é eterno e não criado; 2.º) que amar implica o conhecer e o
conhecer implica o amar. Na sua forma judeu-cristã, o amor não
partirá do mundo nem do homem, mas de Deus, Transcendência absoluta. Fundado no
amor divino, o amor humano será pluridirecional e pluridimensional, será ativo
e será histórico, será concreto e terá na imitação do próprio Deus,
designadamente através de Cristo — imitatio Christi — o seu
grande motor.
O amor manifesta-se
entre todos os mortais. Até o mais rude de todos os seres humanos ama, porque a
lei do amor é uma lei da natureza. Acontece, porém, que há várias maneiras de
amar, o que muitos de nós acaba confundindo com o egoísmo. Nesse sentido, o amor
filial, o amor paternal, o amor conjugal pode transformar-se no amor posse, no
amor paixão. O verdadeiro amor liberta o ser que ama.
Platão, na
Antiguidade clássica, distinguia o amor sensível do amor não sensível. O termo
amor platônico liga-se a essa ideia. Hoje temos dificuldade de amar, sem as
influências do prazer sexual. Os meios de comunicação agem tão intensamente
sobre a sexualidade que mal conseguimos vislumbrar as intuições do amor
verdadeiro. Mas dia virá em que teremos de nos libertar das sensações da carne
A lei do amor
apregoada no Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec,
estimula-nos a sair do mundo das sombras para penetrarmos o mundo das ideias,
das luzes e da sabedoria. Faz-nos ver que devemos sublimar os instintos
materiais, transformando-os em sentimentos puros de amor. Além disso,
transportar-nos para mundos felizes e celestiais, onde o bem predomina e a
fraternidade é o farol luminoso de todas as nossas ações junto aos semelhantes.
Desapeguemo-nos dos
instintos inferiores do Espírito e deixemo-nos mergulhar nesse sol interior,
repetindo as palavras de João, o Evangelista: " meus filhinhos, amai-vos
uns aos outros".
Fonte
de Consulta
LOGOS
- ENCICLOPÉDIA LUSO BRASILEIRA DE FILOSOFIA
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