Do ponto
de vista social, as religiões são sistemas de símbolos, dependentes
de um fundador, que teve a experiência religiosa original com modalidade
própria. Esse sistema organizado de símbolos, ligado à tradição, contribui para
que os indivíduos concretos adotem atitude religiosa pessoal. Desde a mais alta
Antiguidade a apresentação externa do símbolo vem se modificando, mas, muitas
vezes, o conteúdo intrínseco continua o mesmo, ou seja, apenas transferimos os
valores que eram próprios do Totemismo, do Fetichismo, e do Animismo para a
época moderna: instituímos tabus, adoramos os santos e seguimos cegamente as
determinações de um líder religioso.
A Bíblia, considerado um livro sagrado pelo judaísmo, mostra que a palavra
de Deus fez-se presente em toda a história do povo judeu. Os profetas são os
portadores da revelação divina. Moisés, por exemplo, recebe diretamente de Deus
os Dez Mandamentos. A leitura da Bíblia não deve ficar só na letra; precisamos
penetrar no seu sentido mais profundo, analisando-a com racionalidade e
imparcialidade.
As
religiões históricas, imbuídas de interesses materiais, confundem os meios com
os fins. Visando a recompensa imediata, prometem curas, milagres e salvação
gratuita. Do lado doutrinário, prendem seus adeptos aos dogmas
preestabelecidos, impedindo-os de se salvarem em outras crenças. É de se
estranhar que as religiões, cujo objetivo central é a libertação do homem,
acabam transformando-o num ser amorfo e desprovido do espírito crítico
O
Sincretismo religioso é um produto da união de várias crenças religiosas. No
Brasil, a Umbanda tornou-se a única religião genuinamente brasileira, visto
trazer em seu bojo elementos da crença indígena, da crença africana, da crença
católica, e, em alguns casos, da crença espírita. A pouca racionalização do
sagrado é o traço característico deste universo de valores.
O
Espiritismo, embora não tendo um caráter estritamente religioso, pois é
entendido como uma ciência filosófica de consequências morais, auxilia-nos a
compreender tanto a Bíblia como as demais religiões. A Bíblia é interpretada
figuradamente. Com relação a Moisés, fica claro que ele não recebeu os Dez
Mandamentos diretamente de Deus; ele simplesmente foi médium de Espíritos
superiores, que transmitiram tais revelações. De modo que o sobrenatural e o
fantasioso deixam de ter sentido, para que a razão seja o elemento mais
importante no processo de aquisição de conhecimento.
Aproveitemos
os escritos de Allan Kardec. Há neles um manancial de sabedoria que é preciso
aprofundar, a fim de extrair o suco saboroso do entendimento espiritual.
Fonte de
Consulta
IDÍGORAS,
J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São
Paulo, Edições Paulinas, 1983.
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