Revolução - do lat. revolvere = cair para trás, donde
deriva revolutio = retrocesso no
tempo (e a ideia de recomeço)-. Do ponto de vista sociopolítico, a revolução é
a alteração brusca, por vezes violenta e sangrenta, de toda a ordem
social. Cultura - do lat. cultura -,
cuidados com os vegetais e, posteriormente, cuidados com o espírito. O termo
aplicado em Antropologia e Sociologia diz respeito a tudo o que numa sociedade
é adquirido, aprendido e pode ser transmitido, de uma geração para outra.
Podemos
considerar o Espiritismo como sendo uma revolução cultural? Esta questão
leva-nos ao estudo das civilizações. Para uma melhor compreensão do problema,
urge diferenciarmos cultura de civilização. A civilização tem conotação ampla e pode, inclusive, representar a
soma de várias culturas. A cultura, por outro lado, tem dimensão restrita, como, por exemplo, os
costumes e o comportamento de uma dada comunidade. Hoje, embora tenhamos
atingido a era da cibernética, ainda convivemos com diversas culturas do
período pré-civilizado.
Historicamente,
até o século XV, a Igreja monopolizava a aquisição e a transmissão dos
conhecimentos. Depois, principalmente com a Renascença, novas luzes começam a
despontar: surgem as várias ciências, que restringem a influência dos dogmas
religiosos. Os cientistas, através de pesquisas, desvendam os mistérios do
universo, tanto os macrocósmicos como os microcósmicos. A humanidade passa,
então, a reverenciar o materialismo e suas inovações. É dentro desse contexto
que surge o Espiritismo.
Os
princípios fundamentais da Doutrina Espírita têm grande serventia, ou seja,
criar condições para que o homem possa mudar a direção do vetor materialista
para a do vetor espiritualista. Não resta dúvida que a codificação destes
princípios foi coroada de êxito. Contudo, a caracterização do Espiritismo como
uma revolução cultural, de âmbito mundial, está ainda muito distante. Basta
ver, por exemplo, o quadro estatístico das grandes religiões, em que o
Cristianismo representa apenas 30% do total. Se, deste valor, tirarmos o número
de Católicos e de Protestantes, a quantidade de Espíritas é bem pequena.
Allan
Kardec, na pergunta 798 de O Livro dos Espíritos, informa-nos que o Espiritismo se tornará uma
crença comum, porque pertence à Natureza. diz-nos, também, que haverá lutas,
porque as ideias só se transformam com o tempo e não subitamente; elas se
enfraquecem de geração em geração e acabam por desaparecer com os que as
professavam e que são substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos princípios.
O
Espiritismo é uma doutrina do futuro. Na atualidade, os Espíritas têm muito
trabalho a realizar, ou seja, fortalecerem-se no estudo e na compreensão dos
seus princípios fundamentais.
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