02 julho 2008

Espiritismo: Uma Revolução Cultural

Revolução - do lat. revolvere = cair para trás, donde deriva revolutio = retrocesso no tempo (e a ideia de recomeço)-. Do ponto de vista sociopolítico, a revolução é a alteração brusca, por vezes violenta e sangrenta, de toda a ordem social. Cultura - do lat. cultura -, cuidados com os vegetais e, posteriormente, cuidados com o espírito. O termo aplicado em Antropologia e Sociologia diz respeito a tudo o que numa sociedade é adquirido, aprendido e pode ser transmitido, de uma geração para outra.

Podemos considerar o Espiritismo como sendo uma revolução cultural? Esta questão leva-nos ao estudo das civilizações. Para uma melhor compreensão do problema, urge diferenciarmos cultura de civilização. A civilização tem conotação ampla e pode, inclusive, representar a soma de várias culturas. A cultura, por outro lado, tem dimensão restrita, como, por exemplo, os costumes e o comportamento de uma dada comunidade. Hoje, embora tenhamos atingido a era da cibernética, ainda convivemos com diversas culturas do período pré-civilizado.

Historicamente, até o século XV, a Igreja monopolizava a aquisição e a transmissão dos conhecimentos. Depois, principalmente com a Renascença, novas luzes começam a despontar: surgem as várias ciências, que restringem a influência dos dogmas religiosos. Os cientistas, através de pesquisas, desvendam os mistérios do universo, tanto os macrocósmicos como os microcósmicos. A humanidade passa, então, a reverenciar o materialismo e suas inovações. É dentro desse contexto que surge o Espiritismo.

Os princípios fundamentais da Doutrina Espírita têm grande serventia, ou seja, criar condições para que o homem possa mudar a direção do vetor materialista para a do vetor espiritualista. Não resta dúvida que a codificação destes princípios foi coroada de êxito. Contudo, a caracterização do Espiritismo como uma revolução cultural, de âmbito mundial, está ainda muito distante. Basta ver, por exemplo, o quadro estatístico das grandes religiões, em que o Cristianismo representa apenas 30% do total. Se, deste valor, tirarmos o número de Católicos e de Protestantes, a quantidade de Espíritas é bem pequena.

Allan Kardec, na pergunta 798 de O Livro dos Espíritos, informa-nos que o Espiritismo se tornará uma crença comum, porque pertence à Natureza. diz-nos, também, que haverá lutas, porque as ideias só se transformam com o tempo e não subitamente; elas se enfraquecem de geração em geração e acabam por desaparecer com os que as professavam e que são substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos princípios.

O Espiritismo é uma doutrina do futuro. Na atualidade, os Espíritas têm muito trabalho a realizar, ou seja, fortalecerem-se no estudo e na compreensão dos seus princípios fundamentais.


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