01 julho 2008

Educação e Espiritismo

Educação – etimologicamente a palavra deriva de duas raízes: 1) educare, criar, alimentar; 2) educare, direção para fora (mais antigo). Esta definição implica na seguinte contradição: o ensino deve ser de fora para dentro (magister dixit) ou de dentro para fora (posição liberal)?

A finalidade da educação e o aperfeiçoamento da personalidade humana. Embora o conceito de educação esteja impregnado de idéias filosóficas e religiosas dos diversos povos, o desenvolvimento e perfeição, permanecem comuns em todas as definições, tanto as antigas como as modernas. Diante desta noção, pergunta-se: que tipo de subsídios o Espiritismo pode oferece para auxiliar a evolução dos indivíduos?

Na educação formal, os professores transmitem a instrução. Porém, ensinar uma técnica não é educar, segundo o verdadeiro sentido que o conceito expressa. No livro O Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier, Emmanuel esclarece-nos que somente o instituto da família pode educar, pois é onde a criatura recebe as bases do sentimento e do caráter. Afirma, ainda, que sem noções religiosas, não se pode edificar solidamente as almas.

A educação, segundo o Espiritismo, deveria começar no ato da concepção, intensificar-se até os sete anos e continuar, moderadamente, até o resto da existência. Explica-se: é no ato da concepção que se inicia a ligação entre o Espírito e a matéria. Do nascimento aos sete anos, como o corpo físico ainda em formação se mostra frágil, é o período mais favorável para os pais modificarem o caráter e a personalidade do Espírito reencarnante.

A reencarnação, um dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita, é em si mesma um processo educacional. Ela tem relação com a lei de causa e efeito. Essas duas leis permitem-nos conhecer melhor a realidade que nos envolve. Desta forma, uma dificuldade sem explicação no presente pode ser solucionada pela simples cogitação do passado. Muitas vezes, a causa dos problemas que nos afligem na atualidade, encontra-se numa vivência anterior, que pode ser nesta mesma existência ou numa vida passada.

Este estudo mostra que a compreensão dos processos educacionais extrapola técnica e razão. O elemento chave é o sentimento. Cuidemos, pois, de sentir plenamente o momento que estamos vivendo.

Fonte de Consulta

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.

SANTOS, T. M. Noções de Pedagogia Científica. São Paulo, Editora Nacional, 1963.

XAVIER, F. C. O Consolador (pelo Espírito Emmanuel). 7. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

 


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