01 julho 2008

Ontologia e Espiritismo

Ontologia  do grego onto mais logia significa parte da Filosofia que trata do ser enquanto ser, ou seja, do ser concebido na sua totalidade e na sua universalidade. A Ontologia seria, então, a ciência do noumenoA ela caberia o papel especial de estudar o que permanece atrás dos fenômenos, de explicá-los, enquanto os fenômenos, propriamente ditos, caberiam às ciências particulares.

Essência e existência são os elementos básicos do ser. À pergunta: que é o ser, temos uma infinidade de respostas, dependendo, é claro, do ponto de vista considerado. Se materialista, a essência estaria na matéria; se idealista, no espírito; se religioso dogmático, em Deus. Essa aparente contradição de pontos de vista é aclarada pelo Espiritismo, que faz a síntese de todas as correntes filosóficas.

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, define o Ser, com s maiúsculo, como sendo Deus, a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. A prova da existência de Deus não se dá Nele mesmo, mas nos efeitos que Dele provém. Dessa forma, se o efeito é inteligente deduz-se que a causa também o seja. Embora ainda nos falte um sentido para compreender o mistério da Divindade, chegará um dia que o compreenderemos, principalmente quando os nossos espíritos não estiverem mais obscurecidos pela matéria.

O Ser maiúsculo é Deus, o ser minúsculo é o homem. O ser minúsculo provém do Ser maiúsculo, ou seja, no ser minúsculo existe uma essência criada pelo Ser maiúsculo, cujo processo de criação ainda nos é infenso. Sabemos apenas que fomos criados simples e ignorantes, o que já é suficiente para entendermos o ser no seu tríplice aspecto: Espírito, Perispírito e Corpo Vital. Essa é a grande diferença que o Espiritismo nos proporciona com relação às diversas filosofias existentes. É por esse conhecimento que fazemos a síntese dessas filosofias.

O Espiritismo é uma doutrina com recursos extraordinários para desvendarmos os mistérios que se ocultam atrás do ser. Mas, mesmo assim, há muitos conhecimentos que não nos são revelados, porque não temos condições de absorvê-los. À medida, porém, que evoluímos através do nosso esforço e da nossa perseverança, vamos adentrando, também, em níveis mais elevados do conhecimento superior.

Estejamos sempre alertas a fim de sermos dignos de captar o conteúdo da revelação que os Espíritos superiores nos proporcionam. Os bons Espíritos desejam apenas a constância do nosso progresso espiritual.

Fonte de Consulta

PIRES, J. H. Introdução à Filosofia Espírita. 1.ed., São Paulo, Paideia, l983.

 



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