O estudo do princípio inteligente é ponto central
para a compreensão do sexo e do amor à luz do Espiritismo. De acordo com o
Espírito André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, o princípio
inteligente estagiou milênios e milênios no reino vegetal e outro tanto no
reino animal. Alternando-se entre o hermafroditismo e a unissexualidade, o
instinto sexual evolui, nesses reinos inferiores, até atingir a reprodução
sexuada no reino hominal.
A análise do instinto sexual leva-nos
à reflexão sobre o sexo nos Espíritos. Na pergunta 200 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga se os Espíritos têm sexo. Os
próprios Espíritos respondem que os sexos dependem da constituição orgânica e,
que entre eles há amor e simpatia, baseados na afinidade de sentimentos.
Deduz-se do exposto, que o instinto sexual é originariamente mental, ou seja, a
sede real do sexo não se acha no veículo físico, mas sim na entidade espiritual.
O sexo, muitas vezes, é tomado como sinônimo de
amor. O amor é muito mais amplo, pois representa a totalidade dos sentimentos e
desejos que estruturam as nossas ações para a produção do bem. É como aquele
sol ardente que fecunda e reúne em um único foco todas as aspirações humanas e
sobre humanas. O amor não reclama, não exige, não se apodera. Quem
verdadeiramente ama está sempre pronto a doar-se, a renunciar aos seus desejos
e até à sua própria personalidade se as circunstâncias assim o exigirem.
O instinto sexual liga-se à co-criação. A co-criação é um direcionamento
das forças sexuais da alma para um determinado fim. Quanto mais animalizado for
o Espírito, mais tenderá para os gozos sensíveis. Por outro lado, conforme for
depurando o instinto sexual, mais tenderá para a sua integração com
a Humanidade. Nesse "status quo" o amor assume dimensões mais elevadas tanto
para os que se verticalizam na virtude como para os que se horizontalizam na
inteligência.
Amor e sexo fazem parte da Lei Natural. Refletindo
sobre cada uma das suas dez partes, daremos melhor embasamento às nossas ações:
evitaremos as diversas obsessões que assolam o planeta, principalmente as de
origem sexual. Assim sendo, convém lembrar que o sexo é o alimento das almas, e
que não lesamos ninguém sem lesarmos a nós mesmos. Por isso, toda troca de
carga erótica deve ser feita com muita responsabilidade.
Sublimemos o instinto sexual, dilatando o amor ao
infinito. Mantendo-nos firmes neste propósito, verticalizaremos
substancialmente as virtudes de nossa alma.
Fonte de Consulta
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois
Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8.
ed., São Paulo, FEESP, 1995.
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