O espírito crítico distingue-se do espírito de crítica. No primeiro, procura-se a verdade de forma amadurecida, ou seja, estimula-se o progresso mental, pela ponderação de razões e discussão de motivos. No segundo, desenvolve-se o espírito de contradição, não no sentido positivo, mas no sentido de que, uma vez estabelecida a inquietação pessoal, passa-se à inquietação de muitos. Há que se evitar a crítica contumaz e leviana.
O pensador crítico afasta-se das limitações particulares e impulsiona o seu pensamento para as generalizações da existência. Não perde tempo com questiúnculas, tratando, exclusivamente, dos aspectos relevantes da evolução do ser. Direciona seu entendimento não somente para o futuro obscuro, tentando captar o seu devir, como também para o passado, buscando suas origens. Neste vai-e-vem não esquece o presente, vivendo-o intensamente, com todas as forças de sua alma.
O senso crítico, segundo o espiritismo, é realizado pelo Espírito. Como se explica? Há percepção sensorial e percepção extra-sensorial. Nossa mente capta as sensações e transmite-as ao perispírito. Este, por sua vez, envia-as ao Espírito, que faz a crítica e retorna-as, em seguida, como crítica conceituada. A essência espiritual é a herança de todas as encarnações e, de acordo com nossas vivências anteriores, podemos ser mais ou menos ricos de inteligência e de moral.
O princípio inteligente, na sua escalada evolutiva, adquiriu a atração no reino mineral; a sensação, no reino vegetal; o instinto, no reino animal; o pensamento contínuo, a razão e o livre-arbítrio, no reino hominal. Disso resulta os automatismos de nossa existência, em que a linguagem, o tato e a locomoção são os aspectos positivos, e os vícios e defeitos, os negativos. Na presente encarnação, temos de nos esforçar para estimular os atos bons, reprimindo, em contrapartida, os maus.
A evolução é do Espírito. Para que possamos melhorar o nosso "olhar crítico", temos de nos despojar dos automatismos negativos. Essa atitude, tornando-se constante, libera a nossa mente para a compreensão das essências mais puras do nosso ser.
Fonte de Consulta
RUIZ, J. A.. Metodologia Científica - Guia para Eficiência nos Estudos. São Paulo, Atlas, 1979.
XAVIER, F.C. e VIEIRA, W.. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz. 4.ed., Rio de Janeiro, FEB, l977.
São Paulo, 10/04/1996
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